terça-feira, 5 de junho de 2018

SOBRE MUDANÇA E RESPONSABILIDADE

Mais uma vez é chegada a oportunidade de mudança.
Na próxima quarta-feira, 13 de Junho de 2018, acontecerão as eleições para Diretor e Vice-diretor da FAFIC, cargos para os quais concorremos eu - Prof. William Coelho (DFI) - e o Prof. Marcílio Falcão (DHI): PARA INTEGRAR AS HUMANIDADES.
TV COM FAFIC: PARA INTEGRAR AS HUMANIDADES
A cada quatro anos essa chance é renovada e propostas se repetem.
Mas o que é necessário fazer para renovar a nossa Faculdade, melhorando-a como ambiente saudável de trabalho e de estudo?
Em síntese, vale pensar: por que tantas propostas repetitivas ainda não foram executadas! Até quando repeti-las? O que desperdiçamos, além da oportunidade de mudança?
O que é possível fazer para melhorarmos os nossos cursos, pensando-os através dos nossos serviços de Professor/a e de Técnico/a? Como integrá-los para atuarmos, de fato, como faculdade de uma instituição pública, a serviço do nosso alunado e da sociedade que nos paga?
Qual a contribuição do aluno na mudança que queremos? E em que ele se beneficia sem mudança? Qual a sua contribuição de Técnico/a ou de Professor/a? E qual o seu benefício na atual situação?
Somos uma faculdade formadora de profissionais das ditas humanidades, que tanto reclamamos em nossa sociedade para a almejada educação integral cuja falta prejudica a cidadania, ao priorizar o saber tecnicista, para o mercado de trabalho, em detrimento do ser humano.
Somos a faculdade das teorias humanistas, das quais carece todo profissional de nível superior. Mas saber sobre elas e não as praticar torna-as um saber técnico, desvinculado do sujeito, desprovido do compromisso humano, como bem observa o filósofo do Princípio Responsabilidade, Hans Jonas (1903-93). Disso resulta a falta de participação, em troca de promessas ou vantagens individuais; sobra subserviência, por confundi-la com o respeito, que falta a si próprio; e falta senso de justiça, pela prevalência do ego, que visa a privilégios em detrimento da convivência saudável.

Sabemos que às ciências cabe descrever a realidade. A realidade social, porém, não passa de tendência, potência, movimento decorrente de uma práxis, segundo a ontologia aristotélica. Assim, ao analisar e compreender cada tendência histórica e geográfica da realidade social, cabe a nós profissionais e estudiosos das potencialidades humanas, não apenas descrevê-la, mas atualizá-la, isto é, atuarmos politicamente para que ela se torne realmente o que deve ser, em vez de apenas se conformar no que está sendo. 
A mudança, então, depende de cada um de nós e de todos nós. Depende de você, colega docente, técnico/a ou discente: não só pelo voto, mas pela sua capacidade individual de mudar a si próprio em prol da mudança comunitária, abrindo mão do ego e pensando na condição do outro como espelho, que reflete para você a mesma condição que você espelha para ele. Afinal, o Outro é, filosoficamente, universalizável; mas o ego, não. 
É preciso, pois, desvencilhar-se do medo comum, para tornar-se autônomo e agir comunicativamente como nos cabe nesta comunidade que deveria expressar racionalidade; para dizer "não" à subserviência; para assumir a responsabilidade republicana com a coisa pública e mostrar que é possível fazer diferente, com respeito e justiça, garantindo a dignidade profissional, estudantil e pessoal.
Precisamos romper o ciclo vicioso de reclamações à política na sociedade, cujo comportamento reproduzimos na nossa vida profissional ou pessoal.
Precisamos iniciar um ciclo virtuoso, com a mudança de atitude que corresponda ao nosso discurso. Senão, é melhor mudar o nosso discurso, em nome da credibilidade e da confiabilidade. Pois, crédito nós damos a quem queremos, mas confiança é uma conquista que depende de um histórico da prática individual, pela qual vislumbram-se perspectivas. E a História nos mostra qual prática, apesar do discurso, atualizou uma tendência, isto é, qual atitude no passado gerou o comportamento presente. Portanto, a responsabilidade com o futuro está na nossa prática atual, com respeito à nossa Faculdade, à nossa Universidade e à nossa sociedade, uma vez que naquelas produzimos e formamos profissionais para esta. 
Por isso também a responsabilidade da mudança está no seu voto, que precisa expressar o seu desejo de mudança pessoal e comunitária. Pois, sem tal compromisso, as suas críticas ao comportamento alheio tornam-se vãs: mera reclamação viciada, discurso vazio, sem credibilidade e sem perspectiva de mudança. Ora, o seu voto deve valer mais do que um favorecimento: vale o seu compromisso político, social e institucional, no qual acreditamos e pelo qual contamos com o seu apoio nesta oportunidade de 2018 a 2022, como Diretor e Vice-diretor da FAFIC.
A mim coube pensar e fazer pensar sobre as propostas para uma FAFIC integrada pelas humanidades. A vocês cabe analisar e decidir sobre as propostas, aproveitando a oportunidade para fazer diferente do que se tem há décadas.
Então, vamos à luta!

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