Gosto do termo "acerca" em títulos sobre determinados assuntos! É que sua homofonia provoca a pensar sobre a cerca, os limites, os empecilhos a respeito dos quais se dá o problema a ser discutido. Pois bem! Então, o que nos cerca nessa situação da greve da UERN?
Homenagem à juíza que demonstrou independência e senso de justiça |
Como bem disse Saulo, o representante do Diretório Central dos Estudantes da UERN, antes os alunos não queriam a greve, pois sabem que são eles os maiores prejudicados. Por isso participaram ativamente em todas as assembleias dos professores e nas negociações com o governo. Contudo, ao término da última reunião, além de não apresentar qualquer proposta para evitar a paralisação o governo foi flagrado no twitter propagando que os alunos estavam contra os professores. Na audiência pública na Assembleia Legislativa Saulo denunciou tal flagra de má fé e reafirmou que os estudantes não queriam a greve, mas apoiavam os professores, uma vez que o governo não se dispôs sequer a negociar qualquer ponto das pautas como, por exemplo, o descontingenciamento da verba da Universidade para a dignidade do trabalho e do estudo universitários.
Saulo, representante do DCE da UERN |
Da suposta verdade do seu discurso infere-se que ele impetrou o recurso tão somente por ordem da sua governadora, o que o torna apenas um testa-de-ferro do governo do demo! Pois, quanto à justiça do pleito dos Servidores? O que ele entende por justiça, se não lhe houver uma ordem superior determinando? Imaginem se fosse ele, ou alguém como ele, o juiz a julgar o caso! O que haveria de justiça a se esperar de um escravo do poder? - como diria Aristóteles!
O secretário Albert, da Administração (fechada) do governo, valeu-se apenas em falar de ter recebido os Professores e conversado com o Reitor da UERN. Contudo, a pseudo proposta que ele defenderia nem constava no documento distribuído entre a comissão, como bem observou o Professor Flaubert, presidente da ADUERN. Ele, então, estarreceu a plateia ao reconhecer que fora aluno da UERN, demonstrando não ter qualquer zelo ou respeito pela entidade onde se formou em direito. Será que ele fez direito? Paradoxalmente, seria ele discípulo ou mestre do seu antecessor, professor Anselmo? O que pensarmos dessa formação que gerou tais secretários? O que pensarmos desse governo sustentado por tais assessores?
Prof. Flaubert, Presidente da ADUERN |
Além disso, o Professor Gilton acrescentou ao clamor, quase que desesperadamente, uma concessão de ideia, como quem dá dinheiro ao seu devedor para este lhe pagar o que lhe deve, sugerindo parcelar a parcela já devida desde abril e postergada desde setembro de 2011.
O secretário, entretanto, não atendeu à solicitação, apesar de o deputado Mineiro observar que qualquer proposta precisa ser aprovada como Lei, na Assembleia; a qual entra em recesso na próxima quinta-feira (28/06), só retornando em agosto.
Ora, o que se depreende disso tudo? Por que apesar de todas as tentativas de negociação, de mobilização política dos Professores, Técnico-administrativos e Estudantes, da derrota no judiciário e até da mediação do Legislativo, por que a governadora Rosalba (do demo) não se dispôs a negociar? O que mais nos resta senão os Estudantes assumirem a frente do processo acionando o Ministério Público para punir o governo pela "violação ao direito constitucional à educação" deles que são os maiores prejudicados nesse impasse? Afinal, foi esse o argumento do governo para pedir a ilegalidade da greve. E se ela é legal, então quem viola tal direito é o próprio governo.
Estudantes em Defesa da UERN na Assembleia Legislativa do RN |
Enfim, se nenhuma solução decorrer dessa intermediação do deputado Mineiro junto ao governo, pela "justiça do pleito dos Servidores", a consequência é a estúpida demonstração de incompetência dos nossos representantes no governo e no Legislativo; uma vez que tudo está documentado em áudio e vídeo, televisado pela própria TV Assembleia e assistido e regravado por milhares de eleitores espectadores de um longo debate sobre a importância da Educação superior em nossa sociedade norte-riograndense. Em suma, eis a cerca que nos prende à greve: o descaso com a nossa Educação.
2 comentários:
Até compreendo a posição do Sr. Alber, pois qualquer reação diferente da que teve, provocaria um desconto no contracheque ou demissão por justa causa, significando, voltar a ser um zero a esquerda, o que ele nunca deixou de ser, mas acredita que não é.Reação digna dos parasitas.
De fato, é compreensível!
Postar um comentário